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Cenas & Coisas

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19.Fev.24

6 dias em Roma com crianças

No final do mês de janeiro, aproveitamos a interupção letiva dos pequenos para fazer uma viagem. Tinha pesquisado destinos europeus bons em Janeiro e muitos sites falavam de Roma, porque supostamente tem menos turismo (não sei se há mesmo uma época lá com menos turismo...) e porque só chove em média 7 dias no mês de Janeiro. Tivemos sorte, choveu na semana antes de irmos, tivemos dias de muito sol. 

 

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Vou tentar resumir o que vimos durante os 6 dias que estivemos em Roma com duas crianças (5 e 8 anos).  6 dias pode parecer imenso até quando vemos publicações no Instagram que nos dizem que pode-se visitar 10 cidades em Itália em só 15 dias. Sim é possíve, mas é turismo de Instagram só. Ou seja chegar ao pé de um ponto de interesse, tirar uma foto gira e seguir até à próxima atração turística. A verdade é que em Roma é mesmo esse tipo de turismo que encontrámos. 

Roma é um museu ao ar livre. Eu não percebo nada de arquitetura e mesmo assim fico encantada com qualquer prédio, escultura ou fonte que se possa encontrar ao virar da esquina. Passear a pé em Roma é essencial para aproveitar mesmo da cidade. Apanhámos o metro uma vez ou outra por causa das crianças, mas mesmo assim andávamos em média 10km por dia. Eu sei, é muito, mas íamos fazendo pausas em parques, em escadarias, a comer um gelado, etc. 

Vou dividir este artigo por dias, assim é mais simples.

 

1º dia: Dia da viagem, aterramos no aeroporto de Ciampino e de lá apanhamos um autocarro e um comboio regional até à estação de Termini. O nosso apartamento ficava perto da estação de metro Repubblica por isto estávamos numa zona central em que facilitava os passeios a pé. Chegamos à tarde por isso nesse dia só decidimos caminhar até à Fonte de Trevi que ficava a uns 800m do apartamento. Sábado, por volta das 18h00, ia vendo onde ficava a ponte pelo mapa do telemóvel, mas chega a uma altura que somos atraídos pelo barulho da multidão. Foi o dia em que tivemos mais dificuldades em chegar perto da fonte. Estava cheia de pessoas. É logo um choque chegar lá e ver a multidão e falo por mim, mas tira o encanto da coisa.

 

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Comemos um gelado ao pé da Fonte, num café que tem também refeições e várias mesas para sentar (Il Bistrot). Podemos achar antes de entrar que o preço vai ser um absurdo e não é de todo, bebemos lá o café mais barato de Roma, 1,20€. 

 

2º dia: Era o último domingo do mês e não se paga para entrar em museus em Roma, por isso aproveitamos e fomos ao Vaticano. Vimos na net que a última entrada era às 12h30 (confirmou-se a chegar lá). Chegamos no início da fila às 10h30 e entramos às 12h26. E a trás de nós estava uma fila com centenas de metros ainda. Não sei se respeitaram mesmo o horário das 12h30, mas de certeza que muita gente ficou à porta. A basílica de São Pedro é gratuita, mas queríamos ver a Capela Sistina. Aquilo lá dentro estava mais ou menos organizado para seguir uma ordem no que se vê (não sei se nos dias de visita normal também é assim). Por isso também visitamos o museu do Vaticano antes de entrar na Capela. Diria que é um dos sítios onde deve valer a pena pagar para um audio guia, mas com crianças, ficámo-nos pelas placas descritivas. 

 

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No fim da visita, chega-se à capela Sistina, e até lá, não faltam placas a dizerem para manter-se em silêncio, então estivemos sempre a avisar as crianças. O problema é que foi o sítio mais claustrofóbico e barulhento onde estive em Roma. Entramos e fomos logo agredidos pelos guardas a gritarem "no pictures, no photos". Empuram-nos para o meio, para deixar uma passagem, mas a capela está cheia. É uma sensação muito má. Estava lá um bafo de calor terrível e estávamos como numa lata de sardinhas. Estava super ansiosa para ver a capela, até tinha colado uma foto no caderno de viagem que fiz para os meus filhos, mas nem tivemos disponibilidade para ficar lá dentro muito tempo a apreciar a arte porque é desconfortável. Fiquei muito desiludida. Pergunto-me se é assim nos dias normais de visita. Na minha opinião, deviam controlar a entrada de pessoas e não deixar acumular tanta gente dentro. Vê-se que já não é tempo de Covid. 

 

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Obviamente tirei uma foto no fim antes de sair, porque a proibição das fotos não tem nada a ver com proteção das obras de arte, mas sim para as pessoas não se juntarem... proibição um bocado parva visto a experiência que tivemos. 

À tarde, fomos visitar a Praça de São Pedro e a Basílica. Gostei muito da basílica. Não sei explicar, se calhar pela sua imponência. À entrada, do lado direito, temos logo uma das obras de arte de Michelangelo mais conhecidas, a escultura Pietà que representa a Senhora da Piedade. Na parte subterrânea da basílica, pode ver-se os túmulos dos antigos Papas. 

 

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Acabamos o dia sentados nas escadas que estão à volta da Praça São Pedro, a ver o anoitecer e a Praça a ficar mais vazia. 

 

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Uma dica em relação ao almoço. Tinha levado guloseimas para comer na fila, mas vi várias pessoas a comerem massa que tinham comprado numa loja de take-away perto do Vaticano. Tinha visto no Trip advisor que essa loja de massa era muito boa, e tencionava ir lá almoçar depois do museu. Quando estávamos na fila, às 10h30, vi a loja ao longe e estava imensa gente è frente, naquele momento não percebi porque tinha tanta gente a essa hora, mas depois fui vendo pessoas a comerem na fila e percebi. Por volta das 15h quando saímos do museu e fomos à loja para comer, estava uma fila de pelo menos 100 metros sem exagero. Obviamente que depoisd e 2h para entrar no Vaticano, não ia fazer fila para comer massa. Os meus filhos e o meu marido matavam!! Fomos comer pizza. Mas à noite, antes de voltar para o apartamento, passamos por lá e levamos para casa. A massa é mesmo boa! O preço em conta e é muito bem servido.

 

 

3º dia: Apanhamos o metro até ao Circo Mássimo. Basicamente, era uma arena gigante dedicada a jogos públicos durante a época do Império Romana. Hoje é um espaço verde. Onde há bastante lixo. Aliás, as ruas de Roma são muito sujas. A nossa primeira reação foi criticar as pessoas que deitam lixo no chão, mas a verdade é que é uma luta encontrar caixotes do lixo. Estive a passear durante mais de 500 metros no centro de Roma à procura de um caixote do lixo depois de comer um gelado. 

 

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Depois de ficar um bocado no Circo, fomos a pé até à Pirâmide de Céstio que serve de túmulo para Caio Céstio Epulão e que tem mais de 2000 anos. Almoçamos naquela zona, numa cadeia de pizzas à fatia que há em vários lugares em Roma, Alice Pizzas. A seguir fomos a pé até ao Buco della Serratura que é um buraco numa fechadura, numa casa no bairro Aventino. Quando olhamos por esse buraco, vê-se a cúpula da Basílica de São Pedro. É impressionante, porque pensamos, como pode ser? Será que fizeram de propósito, para alinhar o portão da casa com o corredor de árvores do jardim. Obviamente, também fizemos fila para olhar por um buraco...

 

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Depois da casa da fechadura, caminhando para a boca da verdade, há logo ali dois parques um a seguir ao outro onde se pode ter uma bela vista sobre o Tibre e Roma. 

 

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Seguimos até à boca da verdade é uma imagem esculpida em mármore de uma face humanoide que fica no pórtico de Santa Maria in Cosmedin. As crianças gostaram muito de ver esta escultura porque a lenda diz que é um detetor de mentiras. Acredita-se que se alguém contar uma mentira com a mão na boca da escultura, ela iria morder a mão do mentiroso. Era giro termos tirado foto a por a mão dentro, mas mais uma vez, encontramos uma fila gigante e chega uma altura em que temos de definir prioridades. 

 

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Passamos a ponte do Tibre e fomos até ao bairro de Trastevere, mas sinceramente, não achei nada de especial. Se calhar também porque já estava cansada, confesso, e não estava disposta a explorar o bairro como deve ser.

Agora que escrevo o que fizemos, vejo que nesse dia torturamos as pernas das nossas crias. A caminho de casa, passamos pelo monumento Monumento a Vítor Emanuel II da Itália, mas chegamos por baixo, e não sabíamos como subir lá, e há duas escadas gigantes mesmo antes do monumento. Começamos a subir as primeiras, mas paramos a meio porque vimos que iam para o Monte Capitolino. Subimos as escadas a seguir que ficam coladas ao monumento, só que, só permitem entrar numa igreja, a Basílica de Santa Maria em Aracoeli. Subimos tanto, que não íamos deixar de entrar. No fim, até se revelou uma bela surpresa. Trata-se da igreja oficial do conselho municipal de Roma e pertence à ordem Franciscana. Por fora, parece ser uma igreja básica, mas por dentro é muito bonita com imensos candeeiros de cristal. É famosa por causa da estátua de madeira do Santo Bambino de Aracoeli, esculpido no século XV. Por isso, não estava nos planos, mas adoramos a visita.

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Apesar de cansados, subimos finalmente ao topo do monumento Vittoriano. E ficamos lá a descansar, a tirar fotos e as crianças a desenhar.

 

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4º dia: Andamos de autocarro turístico. Gostei bastante, comprei com antecêndia no Get your guide e era o Big Bus Rome. O bilhete também dava para os autocarros vermelhos da Sight Seing, mas as explicações do Big Bus Rome eram mais interessantes. Aproveitamos para rever o que tínhamos visitado, mas com explicações, o Circo Mássimo por exemplo. Lá falaram da Basílica que visitamos por engano e disseram que pouca gente visita essa Igreja (se calhar pela escadaria da morte para chegar até lá), mas que é uma pena porque tem muito para ver. 

Vimos o Coliseu pela primeira vez desde a nossa chegada e aproveitamos para ir até ao Castelo San Angelo.

 

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Foi um dia mais tranquilo em que paramos para ir até à Piazza Navona.

 

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No final do dia saímos no Coliseu e andamos lá à volta. Não tinha grandes expectátivas à volta do Coliseu, mas a verdade é que é uma obra impressionante. Decidimos não visitar o interior porque não queríamos cansar as crianças com demasiados museus. Já basta entrar nas igrejas todas e ter visto o Vaticano. Pode ser que retornemos a Roma um dia, pelo menos atiramos uma moeda na Fonte de Trevi com esse objectivo. 

 

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5º dia: Fomos de metro até à estação de Spagna para visitar os jardins da Villa Borghese. O meu filho insistiu e alugamos uns quarts que havia lá para andar pelo jardim, mas não me voltam a enganar. Se voltar a um jardim onde alugam vehículos, hei-de ver se há vehículos elétricos, porque lá até havia, mas fomos escolher uns onde se pedala. Fiz o meu desporto do ano. 

Há lá vários miradouros, e esculturas de interesse. 

 

 

A seguir fomos até à escadaria espanhola. Entramos na igreja que está no topo e descemos a escadaria.

 

 

Nesse dia, só tinha mesmo planeado a Villa Borghese e a Escadaria, por isso estivemos mais a passear tranquilamente. Voltamos à Fonte de Trevi porque não tínhamos visto durante o dia e na verdade não a tínhamos visto como deve ser. Nesse dia conseguimos aproximarmo-nos da água e atirar uma moeda. 

 

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No fim do dia, fomos visitar a Basílica Papale di Santa Maria Maggiore que ficava relativamente perto do nosso apartamento, víamos a torre da nossa varanda. Gostei muito, quase tão impressionante que a Basílica São Pedro, é uma das quatro maiores de Roma. 

 

 

6º dia: Fomos à loja Lego que há em Roma, para ser uma visita um bocado mais adequada a crianças. Também queríamos ver se dava para construir um Romano, ou Gladiador, mas não. Tirámos fotos ao mural de legos que representa a Fonte de Trevi. 

 

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A seguir fomos ao último monumento que ainda não tínhamos visto, o Panteão. Compramos uma sandes no All Antico Vinaio, porque vimos TODA gente a comer sandes de lá, só que gostaria de perceber melhor o conceito da loja antes de ir e saber bem os ingredientes que têm. Havia uma fila gigantesca e quando chegou a minha vez, escolhi um bocado ao calhas, mesmo assim estava deliciosa, mas penso que a experiência teria sido melhor se houvesse um menu escrito em inglês à entrada. Há um QR Code, mas a ligação estava lenta, não consegui ver nada. Sentámo-nos à frente do Panteão e comemos lá, a ouvir uma Senhora a cantar ópera. Foi giro. 

 

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Fila para o All Antico Vinaio

 

Por fim, voltamos a passar pela Fonte de Trevi e fomos até ao Coliseu novamente, para vê-lo durante o dia e ver o Parque Arqueológico. 

 

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A nossa última visita foi à Basílica São Pedro in Vincoli porque tinha visto que tinham lá uma das obras mais famosas de Michelangelo e tinha a fotografia no caderno de viagem das crianças, a representação de Moisés. É também nessa basílica que podem ver-se as correntes com as quais São Pedro esteve preso em Jerusalém. Estão guardadas num cofre no altar maior e pode-se por uma moeda para abrir e fechar o cofre. Tivemos sorte de passar depois de alguém por uma moeda. Há muitas animações dessas nas igrejas em Roma. 

 

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E foi assim a nossa viagem a Roma. Parecem muitos dias, mas com crianças e para ver tudo como deve ser, não é assim tanto. Mesmo assim, acho que poderíamos ter entrado em certos monumentos que não entramos como o Panteão por exemplo. Mas no geral gostei muito e acho que as crianças também. 

É difícil deixar as fotografias todas que tiramos aqui. Se quiserem ver mais fotos e vídeos e ter mais dicas, podem ver na nossa página Instagram.