Relíquias e tesouros - Revista Crónica feminina nº 1002 de 1976
Em 1976, 2 anos depois do 25 de abril, a Crónica feminina já começava a transmitir uma imagem mais moderna e independente da mulher.
Nesta revista podemos ver o lugar das mulheres no desporto desde o início dos anos 30. Ou seja não é algo recente, mas que só depois da ditadura é que se começa a comunicar sobre isso e incentivar as mulheres a terem lazeres para além das tarefas caseiras como a costura, a cozinha, etc.
Apesar do título "Nova conquista do sexo fraco", esta rúbrica serve para mostrar que mulheres já têm profissões ocupadas inicialmente por homens.
As tiras do cartonista argentino Quino, Mafalda, começaram a aparecer na revista Crónica. Quem já leu a Mafalda sabe que é uma menina preocupada com a Humanidade e a paz no mundo. Ao contrário da sua amiga Susanita que sonha em casar, ter filhos e ser doméstica, Mafalda quer estudar e ser intérprete na ONU.
Nota-se uma grande diferença de conteúdo e da visão das mulheres entre as revistas pré e pós 25 de Abril. A mulher não tem de ser só doméstica e preocupar-se com amor e moda, já pode pensar e fazer o que um homem faz.